Falta um minuto para a meia-noite. Enchemos os copos, pegamos nas uvas passas e pensamos nas resoluções que queremos cumprir este ano. Sim, este ano é que vou conseguir! Estou mesmo comprometido!
É meia-noite. Brindamos. Comemos as uvas passas. Comprometemo-nos com novos objetivos. Porque este ano é para valer!
E hoje, dia 4 de Janeiro, o que já fez para colocar esses objetivos em marcha? Porque será que é tão difícil cumprir com aquilo a que nos propomos no Ano Novo? As emoções explicam.
Tão tradicional quanto comer as doze uvas passas à meia-noite, também é estabelecer resoluções de Ano Novo. Com a euforia de uma página em branco, muitos vão começar a quebrar os hábitos de que menos gostam. Apesar das boas intenções, a maioria não será bem-sucedido a abandonar os maus hábitos e a manter as suas resoluções. De acordo com o estudo feito em 2007 pelo psicólogo britânico Richard Wiseman sobre as resoluções de ano novo, 88% das 3000 pessoas que responderam admitiram que falharam. A razão para uma taxa tão elevada tem a sua raiz nas emoções. Enquanto o entusiasmo e o otimismo do Ano Novo são muitas vezes motivadores fantásticos para retirar esses objetivos da gaveta, o que é preciso para os manter é precisamente uma mudança de foco para uma emoção diferente.
Uma pesquisa recente mostrou que as emoções desempenham um papel significativo na concretização dos objetivos e na tomada de decisões. O Professor Stephane Cote da Rotman School of Management da Universidade de Toronto referiu que “compreender a causa das emoções – os acontecimentos que as despoletaram inicialmente – pode ser importante para as alterar de forma eficaz”. Ele vai mais além quando explica que a inteligência emocional importa e que as emoções contribuem para o (des)alinhamento entre os objetivos e o comportamento – as emoções que as pessoas sentem determinam se vão atingir os seus objetivos. O que podemos recolher desta informação é o papel fundamental que a nossa auto-consciência desempenha na concretização dos objetivos e na tomada de decisão.
Compreender a causa das emoções – os acontecimentos que as despoletaram inicialmente – pode ser importante para as alterar de forma eficaz”
Ao aplicar as descobertas de Stephane Cote às resoluções de Ano Novo podemos começar a entender a forma como as emoções desempenham um papel no nosso comportamento ao estabelecer objetivos. Enquanto a intenção é fantástica (é Ano Novo, por isso sinto-me entusiasmado e otimista em criar um novo objetivo), várias vezes escolhemos confiar na emoção de entusiasmo para colocar os objetivos em andamento e, infelizmente, esse mesmo entusiasmo pode ser a causa do fracasso.
Como qualquer pessoa que criou uma resolução de Ano Novo pode assegurar, à medida que o tempo avança o entusiasmo pode desvanecer, fazendo-nos sentir desencorajados e frustrados. Este desencorajamento provoca um desalinhamento entre o nosso objetivo e o nosso comportamento, que resulta em fracasso: o entusiasmo diminui, o desencorajamento aumenta, a nossa motivação e vontade de fazer cai.
Apesar do problema ser muitas vezes emocional, a solução também o é. Ao ser capaz de entender quando a mente se desviou para uma emoção negativa, pode-se fazer uma escolha. Fazer isto rotineiramente é chamado de reframing. Ao ser capaz de decidir sentir uma emoção positiva está a usar a auto-consciência eficazmente e a posicionar-se para atingir o seu objetivo.
Quando se trata de concretizar um objetivo, criar um plano é um começo e escrevê-lo é ainda melhor. Mas compreender a relação dos pensamentos, emoções e ações é crítico para realizar os objetivos. Desenvolver hábitos de inteligência emocional através de coaching também pode ajudá-lo a aumentar a taxa de sucesso. De facto, Cote disse “ao ajudar as pessoas a selecionaram as estratégias adequadas para gerir emoções, o conhecimento sobre gestão emocional, contribui para a concretização dos objetivos”. Um coach pode desenvolver as competências necessárias, como auto-consciência, para que possa fazer parte daqueles 12% que realização as suas resoluções de Ano Novo.
Artigo original “The emotional power of New Year”
by Ryan Goulart (in Think2Perform)