Várias são as organizações que têm vindo a implementar programas de bem-estar focados na componente física, como resposta a preocupações relacionadas com a saúde dos colaboradores e fruto do número de horas sentados em frente a um computador, a conduzir ou a realizar ações repetitivas.
Claramente este tipo de programas, quando ajustados ao seu público-alvo, representam inúmeras mais-valias para as pessoas e a organização no seu todo. Como popularmente se diz “mais vale isto do que nada”. No entanto, este tipo de abordagem não considera os diferentes elementos do bem-estar das pessoas, nomeadamente o bem-estar emocional.
Será que não podemos ir mais além? Fala-se em abordagens integradas, não será aqui o espaço para realmente encarar o ser humano no seu todo?
Emotional Wellness: let’s talk about why it matters
Os problemas relacionados com a saúde mental dos trabalhadores podem custar mais de cerca de 47,4 mil milhões de euros às empresas, segundo um estudo da Deloitte.
António Horta-Osório, diretor executivo e CEO do Lloyds Banking Group, constata que “empresas que ignorem a saúde mental arriscam-se a prejudicar os seus funcionários, contribuindo potencialmente para problemas maiores nas suas vidas e famílias” (in Executive Digest).
Emotional Wellness refere-se à capacidade de estar consciente e gerir as emoções, contribuindo para um estado mental saudável e para o bem-estar geral. Ignorar a saúde emocional pode ter consequências tão graves como conflitos interpessoais, decréscimo da motivação e produtividade e burnout.
É, então, um tema que importa trazer também para cima da mesa e estar no centro das preocupações das empresas. A sua importância não é sinónimo, contudo, de simplicidade na abordagem.
Emotional Wellness: let’s talk about how to do it
Implementar programas de Emotional Wellness pode ser mais complicado do que parece numa primeira análise. Ainda é notória a dificuldade que existe em tratar o tema da saúde mental, o estigma social que persiste e a desinformação que circula. Se isto é verdade na sociedade, ainda se torna mais crítico trazer este tema para dentro de um espaço onde muitas pessoas passam a maior parte do seu tempo e o receio do julgamento dos outros é bem real.
1º Conhecer a organização
É fundamental conhecer a organização e as suas pessoas: as diferentes funções, o impacto que as responsabilidades têm em cada um, o horário e disponibilidade… Fazer esta análise é a base para garantir que o programa possa funcionar. Caso existam já outras iniciativas de bem-estar a diferentes níveis, optar por uma abordagem integrada pode ser a melhor solução. Conhecer o contexto é também perceber as pessoas. Provavelmente trazer as palavras “saúde mental” pode criar alguma resistência ao projeto, pelo próprio estigma existente.
2º Prevenção e Desenvolvimento
São inúmeras as iniciativas que podem ser levadas a cabo, no entanto o primeiro passo deve ser sempre trabalhar a auto-consciência. É o conhecimento que cada um tem sobre si próprio que o vai permitir lidar com situações potenciadoras de stress e reconhecer sinais de alerta, que serão diferentes de pessoa para pessoa.
Posteriormente, é fundamental ter uma série de estratégias que permitam gerir precisamente essas situações:
- Meditação
- Dias de consciencialização
- Grupos de debate sobre temas de saúde mental
- Casos reais e o seu testemunho
- Programas de gestão de stress
- Exercício físico
3º Redes de apoio
Dentro da própria organização é possível criar estruturas e redes de apoio para os colaboradores que se possam encontrar em situações de maior vulnerabilidade. Uma vez mais, pelo estigma que este tema acarreta, quando algum problema se instala o isolamento é uma resposta comum. Fomentar relações de trabalho fortes e oportunidade de interação são essenciais, bem como desenvolver a empatia que permite estar atento ao outro.
- Disponibilização do coach/ psicólogo da organização
- Programas de desenvolvimento da empatia
- Atividades em grupo
- Prática da gratidão e otimismo
- Celebrações
Como referido anteriormente, é necessário sempre conhecer bem a organização e as suas pessoas. Momentos de interação social são ótimos na criação de redes de apoio mas considerando sempre a idiossincrasias de cada pessoa, sobretudo no que diz respeito ao seu perfil de personalidade.
Preparado(a) para exercitar as suas emoções e desenvolver o bem-estar na sua organização?
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Artigo escrito por Marina Pinheiro (Psicologa e Emotional Intelligence Certified @P4S – People for Success)