A forma como as nossas emoções afetam o nosso bem-estar geral é um dado assente no estudo da Inteligência Emocional. O artigo que apresentamos mostra-nos como as emoções positivas e negativas podem também influenciar e impactar a nossa saúde. A ciência tem vindo a voltar a sua atenção para a ligação entre o corpo e a mente e a forma como esta se processa. Arjun Walia, autor do artigo, baseando-se nos vários estudos do Instituto HeartMath, na epigenética, no efeito placebo e até na física quântica, não tem qualquer dúvida em afirmar que “as emoções negativas alimentam diferentes tipos de doenças no corpo, independentemente de o compreendermos ou não na totalidade, a ligação está nitidamente lá e parece estar firmemente estabelecida na literatura científica.”
Fonte: http://www.cforcestudio.com/resources/emotional-pain-chart
Uma vez mais se torna pertinente falarmos em emoções, em compreendê-las, saber expressá-las e, na medida do possível, geri-las para que tenham o mínimo impacto nefasto no nosso bem-estar geral e, particularmente, na nossa saúde.
A existência de uma ligação entre o corpo e a mente foi ignorado pelas principais correntes da ciência, sendo considerada apenas como pseudociência. Felizmente, a conversa mudou nos últimos anos, graças em grande parte a novas publicações científicas que tornaram bastante evidente que os nossos pensamentos, sentimentos e emoções desempenham um importante papel na regulação da nossa saúde em geral e da nossa biologia.
Existem vários exemplos de diferentes áreas da ciência que o provam. Analisar todas as evidências que demonstram a força desta conexão pode ser uma tarefa intimidante, e é por isso que este artigo irá mostrar apenas alguns exemplos para começar. Deve servir como uma boa introdução para a triste realidade de que muito tem sido negligenciado quando se trata do negócio da cura e da medicina.
O Instituto HeartMath
Alguma da pesquisa mais intrigante neste campo vem do Instituto HeartMath. A sua pesquisa trouxe à luz do dia um número fascinante de descobertas sobre como as nossas emoções impactam a nossa saúde. Através do seu trabalho (e do trabalho de outros) sabemos que as emoções positivas criam benefícios psicológicos no seu corpo, assim como as emoções negativas têm o efeito contrário. Pode simplesmente dar um impulso ao seu sistema imunitário ao invocar emoções positivas. O coração tem um sistema de neurónios que têm memória de curto e longo prazo e estes sinais do coração são enviados para o cérebro, que, por sua vez, afetam as nossas experiência emocionais.
Demonstraram também que o campo eletromagnético emitido do coração humano pode ser medido até uma certa distância do corpo humano e, ao aprender a mudar as nossas emoções, estamos na verdade a mudar a informação que está codificada nestes campos magnéticos irradiados pelo coração. É de facto fascinante, por isso se quiser aprender mais acerca disto pode consultar o website deste instituto ou o artigo que escrevi há cerca de 2 anos.
Uma grande parte da pesquisa do HeartMath foca-se nestes campos magnéticos e como, não só outras criaturas vivas mas também os campos eletromagnéticos da Terra, podem-se ligar de alguma forma com os nossos e os de todos os outros seres-vivos no planeta. Pode ler mais sobre isto aqui.
Epigenética
A ciência fez novas descobertas espantosas no que respeita ao papel da mente em controlar a nossa biologia. A epigenética (o estudo das alterações nos organismos causadas pela modificação da expressão de um gene) mostrou-nos que os genes e o ADN não controlam a nossa biologia, mas sim o ADN é controlado por sinais de fora da célula, o que inclui as mensagens que resultam dos nossos pensamentos.
Um dos peritos em como as nossas emoções podem regular a expressão genética é o biólogo celular Bruce Lipton que escreveu uma profunda explicação no seu livro “The Biology of Belief and Spontaneous Evolution”.
O efeito Placebo
A biologia da crença pode ser demonstrada de diferentes formas. A neuroplasticidade, ou a capacidade do cérebro mudar a sua forma e como comunica com o corpo baseando-se nos pensamentos de uma pessoa e a sua perceção do seu ambiente, é um bom exemplo.
De acordo com o Dr. Lipton:
O efeito placebo deve ser sujeito a maiores esforços para o seu estudo. Se os investigadores médicos conseguirem descobrir como influenciar o efeito placebo, eles entregariam aos médicos uma ferramenta eficaz, baseada na energia, sem efeitos secundários para tratar as doenças. Os curadores da energia dizem que já têm essa ferramenta, mas eu sou um cientista, e eu acredito que quanto mais sabemos acerca da ciência do placebo, melhor o conseguiremos utilizar em cenários clínicos.” (retirado do seu livro)
Existem algumas publicações fascinantes acerca do efeito placebo, mas é necessária ainda mais pesquisa nesta área. Uma dessas publicações inclui um estudo da Baylor School of Medicine, publicado em 2002 no New England Journal of Medicine. Analisou a cirurgia para pacientes com dores severas e debilitantes no joelho. Muitos cirurgiões sabem que não existe efeito placebo na cirurgia, ou pelo menos a maioria acredita nisso. Para o estudo, os pacientes foram divididos em três grupos. Os cirurgiões rasparam a cartilagem destruída no joelho de um dos grupos. No segundo grupo, expulsaram a articulação do joelho, removendo todo o material que pensaram ser o responsável pela inflamação. Ambos os processos são padronizados para pessoas que têm artrite severa nos joelhos. O terceiro grupo foi sujeito a uma “falsa” cirurgia; os pacientes apenas foram sedados e levados a pensar que realmente tinham sido sujeitos a uma cirurgia. Para estes pacientes, os médicos fizeram incisões e espalharam água salgada no joelho tal como fariam numa cirurgia normal. Depois coseram de verdade as incisões. Todos os três grupos passaram pelo mesmo processo de reabilitação e os resultados foram surpreendentes. O grupo placebo melhorou tanto como os outros dois grupos que realizaram a cirurgia. O cirurgião envolvido no estudo constatou que a “sua competência enquanto cirurgião não teve qualquer benefício nestes pacientes” e que “o benefício da cirurgia para osteoartrite do joelho se deveu inteiramente ao efeito placebo”.
Física Quântica
Na mudança para o século XIX, os físicos começaram a explorar a relação entre a energia e a estrutura da matéria. Ao fazê-lo, a crença que um universo físico newtoniano que estava no centro do conhecimento científico foi abandonada, e a perceção de que a matéria não é mais do que uma ilusão substitui-a. O nosso universo é mais do que físico e mecânico e a nossa biologia é mais do que uma “coisa” física. Com o advento da física quântica, os cientistas aperceberam-se das falhas na física Newtoniana, à medida que a física quântica nos mostra que o reino imaterial e invisível é, na verdade, mais importante que o reino material.
Eu considero a consciência fundamental. Eu considero a matéria como derivação da consciência. Nós não podemos ficar atrás da consciência. Tudo aquilo sobre o que falamos, tudo o que consideramos existir, é premissa da consciência.”
– Max Planck,
físico teórico que originou a teoria quântica, o que lhe valeu o Prémio Nobel da Física em 1918
Isto também se aplica à biologia dos nossos corpos. Vai para além de uma entidade mecânica e física. Uma verdadeira análise e interpretação da biologia humana não pode ser feita de forma adequada sem ter em conta os fatores não-físicos que desempenham um papel na sua regulação, como os pensamentos e as emoções.
A experiência da fenda dupla quântica é uma experiência muito popular usada para analisar como a consciência e o nosso mundo físico e material estão entrelaçados. Demonstra efetivamente como fatores associados à consciência e o nosso mundo físico e material estão de alguma forma ligados.
Uma potencial revelação desta experiência é que “o observador cria a realidade”. Num artigo publicado no jornal revisto pelos pares Physics Essays por Dean Radin, PhD, explica como esta experiência usou diferentes tempos para explorar o papel da consciência em moldar a natureza da realidade física.
Toda esta pesquisa conduzida nas áreas mencionadas acima e outras estão a ajudar a aumentar a consciência acerca de algo que tem implicações tremendas para todos nós.
O dia em que a ciência começar a estudar o fenómeno não-físico, progredirá mais numa década do que em todos os séculos anteriores da sua existência.”
Nikola Tesla
Gráfico da Dor Emocional
Existem montanhas de livros e artigos publicados acerca da ligação entre o corpo e a mente, o exposto acima é apenas uma breve informação do que existe, uma visão geral. No que respeita a um tipo de emoção e sobre o que causa especificamente no corpo, os mecanismos disso ainda estão por identificar. Esta é uma ciência antiga e conceitos como estes requerem mais aprendizagem da nossa parte, e mais financiamento e estudo no mundo da ciência. A ciência tem sido sempre lenta no que concerne a “recuperar o atraso” de tudo o que foi perdido no nosso passado, mas estamos de facto a fazê-lo. A física quântica e a antiga filosofia oriental são exemplos perfeitos. Posto isto, abaixo estão dois gráficos da dor emocional que teorizam as especificidades deste tipo de coisas. Pessoalmente, não tenho qualquer dúvida que as emoções negativas alimentam diferentes tipos de doenças no corpo, independentemente de o compreendermos ou não na totalidade, a ligação está nitidamente lá e parece estar firmemente estabelecida na literatura científica.
Fonte: The Renegade Pharmacist
Artigo original: “The effects of negative and positive emotions on our health”
by Arjun Waly (in Collective Evolution, 2016)