A Inteligência Artificial existe e provoca diferentes reações e opiniões. Dr. Steven Stein (CEO da MHS, da qual a P4S é representante em Portugal) tem algo a dizer acerca deste tema.
Será que as máquinas conseguem ser emocionalmente inteligentes?
Os investigadores dizem que não vai demorar muito até que qualquer novo dispositivo e serviço tenha algum tipo de inteligência artificial (IA). Estamos a começar um novo ano e o potencial da IA é, simultaneamente, entusiasmante e assustador. Por um lado, alguns estão entusiasmados pela forma como a tecnologia vai continuar a melhorar a produtividade no trabalho. Mas, por outro lado, os trabalhadores estão com medo de perder os seus empregos.
Independentemente do lado em que esteja, é claro que as coisas estão a mudar.
Então, será que a IA vai ficar com o seu trabalho? Talvez seja ainda cedo para fazer uma previsão completa. Muitos empregos que exigem uma memória rotineira e aprendizagens e tomadas de decisões simples podem ser rapidamente substituídos pela IA. Estes empregos serão facilmente transitados para computadores e em alguns locais este processo já começou. No entanto, funções tipicamente humanas, nomeadamente a inteligência emocional, serão muito difíceis de serem substituídas.
Existem várias definições de Inteligência Emocional mas todas partilham alguns pressupostos:
- Capacidade de estar consciente das suas emoções e das emoções dos outros
- Capacidade de gerir as suas próprias emoções e as emoções dos outros
- Capacidade de usar as emoções para tomar decisões e lidar com o stress.
Dentro destas competências de Inteligência Emocional está a Empatia. Há várias tentativas de máquinas tentarem mapear a empatia. A capacidade de ler as emoções das outras pessoas pode ser replicada até um certo grau. Por exemplo, podem ser construídas regras simples para a forma como expressamos a fúria. Existem expressões e pistas faciais que podem ser facilmente reconhecidas e podem existir pistas psicológicas às quais podemos aceder. Contudo, muitas vezes não existe correspondência total entre a forma como diferentes pessoas expressam fúria.
Dr. Steven Stein (CEO da MHS) conta que, há muitos anos atrás, como parte da sua tese de Mestrado em Psicologia, levou a cabo um estudo sobre a ansiedade experienciada por pessoas que viam um vídeo de um acidente numa fábrica, no qual um trabalhador corta um dedo numa serra circular. Mediu a resposta galvânica da pele, o ritmo cardíaco, bem como auto-descrições das pessoas em diferentes momentos. Um dos maiores desafios foi determinar a consistência destas respostas. O ritmo cardíaco podia estar muito acelerado e, ainda assim, a pessoa dizia que não sentia ansiedade. Por outro lado, algumas pessoas referiram sentir-se muito ansiosas e o seu ritmo cardíaco estava baixo.
Até que as máquinas tenham a capacidade de identificarem estas pistas, o que pode ser extremamente pessoal, de acordo com a experiência de cada um, ainda vai um longo caminho. Tratam-se de caraterísticas humanas distintivas.
Então, será que a IA vai ficar com os nossos trabalhos? Provavelmente ainda é cedo para dizer. Mas podemos sentir-nos seguros, sabendo que não consegue desvendar a nossa inteligência emocional.
Artigo original “Computers can have artificial intelligence, but they aren’t emotionally intelligent”
(by Dr. Steven Stein)