O truque é desenvolver a autoconsciência emocional.
Todos já experienciamos o momento em que os planos não correm como o esperado ou quando recebemos um e-mail mais desafiador. Nesses momentos, é fácil sentir-se sobrecarregado e emocionalmente stressado.
Estes sentimentos têm sempre um trigger, que nós, como indivíduos, somos capazes de controlar – o quão bem o gerimos depende da nossa autoconsciência emocional.
Por natureza, os locais de trabalho são ambientes stressantes. Muitas vezes, sob alta pressão e com pouca margem de erro, pode obter uma série de respostas dos colaboradores – positivas e negativas.
Impacto na saúde
No ano passado, 44% dos problemas de saúde relacionados com o trabalho no Reino Unido foram causados pelo stress, depressão e ansiedade e, como resultado, foram perdidos 15,4 milhões de dias nos locais de trabalho do Reino Unido, com um custo aproximado de £605 por funcionário, por ano.
A importância de abordar os triggers no local de trabalho não deve ser subestimada. Se o tema não for abordado, o desempenho da memória enfraquecido, a tendência de olhar negativamente para as situações, a aversão ao risco e a criatividade suprimida podem rapidamente tornar-se a norma.
Além disso, o stress psicológico tornou-se uma das principais causas do absentismo prolongado do trabalho e também tem sido associado a problemas físicos como doenças cardiovasculares, obesidade e um sistema imunitário enfraquecido.
Então, o que pode fazer para gerir as suas reações no local de trabalho?
Auto-ajuda
Em primeiro lugar, têm de assumir a responsabilidade de desenvolver a sua autoconsciência emocional. O que é que isto significa?
Em termos simples, é reconhecer quais os pensamentos, objetos, pessoas e eventos no trabalho que desencadeiam determinados comportamentos e aprender a reagir em conformidade.
Comece por registar quaisquer sentimentos, explosões ou comportamentos dos quais tenha memória e com o tempo procure identificar um padrão. Se tem colegas de quem é próximo e em quem confia, peça ajuda para identificar estes eventos – podem ter reparado em coisas que lhe escaparam e serem capazes de detetar triggers que não consegue.
Controle as suas respostas
Assim que consiga identificar os seus triggers individuais, é fundamental aprender a controlar a sua resposta aos mesmos.
Este ponto é de particular importância para aqueles que ocupam cargos de liderança, uma vez que os colaboradores irão olhar para si e replicar as reações emocionais que observam.
Experimente diferentes métodos de controlo – somos todos diferentes e não existe uma abordagem única. Por exemplo, estudos mostram que nomear ou rotular emoções tem o poder de reduzir a sua intensidade. Dar nomes às emoções criará um efeito de distanciamento que reduzirá a atividade da amígdala – uma das áreas do cérebro responsável por interpretar a sua relação emocional com o mundo que o rodeia.
E respire…
Também é sabido que as emoções e a respiração estão intimamente ligadas. Quando se sente ansioso ou com medo, tende a respirar mais rápido e superficialmente.
Inversamente, quando está feliz, vai respirar mais lenta e completamente. Praticar o controlo da respiração, pode ajudar a alcançar um estado de espírito mais calmo.
Olhe para as coisas de um novo ângulo
Por último, trabalhe na reformulação e reavaliação de situações potencialmente negativas. Desta forma, treina o seu cérebro para reconhecer que, geralmente, existe mais do que uma maneira de ver um evento. Por exemplo, um comboio atrasado pode parecer frustrante, mas, em vez de refletir sobre esse sentimento negativo, veja a situação como uma oportunidade – por que não ouvir um podcast ou ler um livro?
Reinterpretar ativamente as situações para adotar uma perspetiva diferente, pode ajudar a reduzir respostas e comportamentos negativos.
Embora seja natural experienciar emoções indesejadas no local de trabalho, é nossa responsabilidade identificar os triggers e responder adequadamente, de forma a resolver o problema antes que este se agrave.
Isto leva tempo, prática e, acima de tudo, uma vontade de ver as coisas de uma perspetiva diferente.
Artigo Original: How to avoid triggers in the workplace