Porque é que algumas pessoas têm um maior bem-estar emocional? Porque é que alguns são mais capazes de atingir o sucesso na vida? O trabalho de Bar-On e Stein deu uma nova visão sobre estas e outras questões básicas que permaneciam sem resposta.
E assim começou a revolução da Inteligência Emocional.
Decorria a década de 80, quando um dos vários avanços da Inteligência Emocional aconteceu. O psicólogo israelita, nascido nos EUA, Dr. Reuven Bar-On, começou a trabalhar nessa área porque estava perplexo pela quantidade de questões básicas que permaneciam sem resposta. Porque é que algumas pessoas tinham um maior bem-estar emocional? Porque é que alguns são mais capazes de atingir o sucesso na vida? E, o mais importante, porque é que algumas pessoas que são abençoadas com competência intelectuais superiores parecem falhar na vida, enquanto outros, com bênçãos mais modestas, parecem ser bem-sucedidas?
Já em 1985, pensou que tinha descoberto uma parte da resposta, naquilo que ele chamou do Quociente Emocional (QE), um paralelismo claro com as medidas de competências cognitivas ou racionais que conhecemos com QI ou Quociente de Inteligência.
Bar-On acreditava que a inteligência emocional era feita de um conjunto de competências e atitudes, que sendo distintas, podiam ser agrupadas em cinco temas ou áreas gerais. Isto foi essencialmente a base daquele que ficou conhecido como o modelo de Bar-On da Inteligência Emocional, sobre o qual o EQ-i foi desenvolvido. Mesmo quando o EQ-i estava ainda na sua infância, Bar-On suspeitava que as competências que o modelo media provavelmente seriam mais importantes que as competências cognitivas tradicionais quando se tratava de lidar com sucesso com as exigências da vida.
Entretanto, um movimento conhecido como psicologia positiva estava a ganhar cada vez maior aceitação. Muitos dos seus seguidores começaram a sugerir que, para tratar por exemplo a depressão, um bom primeiro passo seria procurar uma competência e começar a construir a partir daí. Uma área onde a pessoa estivesse com um bom funcionamento poderia servir como base para uma mudança significativa e indicar o caminho para uma potencial cura.
Por volta desta altura, o Dr. Steven Stein (CEO da MHS) foi apresentado ao Dr. Reuven Bar-On, que estava a tentar despertar interesse dos editores norte-americanos no seu EQ-i, ainda não finalizado. Steven Stein ficou logo atraído pelo conceito porque Bar-On estava a mostrar uma série de competências claramente delineadas que podiam ser melhoradas com a prática – o outro lado daquilo em que Steven Stein estava a trabalhar. O EQ-i oferecia esperança. Se o Bar-On estivesse certo, quase todos poderiam tirar proveito disto.
Em 1996, quando Reuven Bar-On apresentou o modelo do EQ-i num encontro da American Psychological Association, em Toronto, foi inundado pela atenção dos meios de comunicação social. Mais de 100 jornais norte-americanos publicaram as suas descobertas e, só ao longo dessa semana, Stein e Bar-on deram dezenas de entrevistas a rádios e televisões. Desde então, o ritmo tem acelerado. E há várias razões para que isso esteja a acontecer em vários países do mundo.
1 – As pessoas estão entusiasmadas e aliviadas em receber confirmação daquilo que, instintivamente, sempre souberam – o QI não deveria ser levado tão a sério como era no passado e que outros fatores são, no mínimo, tão importantes quando falamos de sucesso na vida
2 – É encorajador descobrir que, graças a um quadro alternativo ou complementar que o EQ-i forneceu, a inteligência emocional pode ser medida de forma confiável e ter um lugar ao lado da inteligência cognitiva
3 – É ótimo perceber que na inteligência emocional não
existem diferenças de género. Percebemos que homens e mulheres têm resultados gerais similares no EQ-i. Isto acontece em diversos países e culturas em todo o mundo.
4 – É igualmente encorajador descobrir que a inteligência emocional transcende a raça.
5 – O último ponto, e talvez o mais importante, prende-se com o facto do QE não ser permanentemente fixado. A idade, o género ou até a etnia não são impeditivos do desenvolvimento do QE. As competências definidas e medidas por cada escala do EQ-i podem ser melhoradas independentemente da idade.
E quanto mais fortes forem as suas competências, maior a sua probabilidade de sucesso enquanto profissional, pai ou mãe, manager, marido ou mulher ou como candidato a uma posição numa empresa.
Nunca é tarde para ser melhor!
The EQ Edge (Steven J. Stein and Howard E. Book)