Para muitas pessoas, a distinção entre ser agressivo ou assertivo não está no comportamento em concreto mas sim na pessoa que o coloca em prática.
A forma como nos sentimos sobre esse comportamento (assertivo ou agressivo) nem sempre é consistente. Muitas vezes, as nossas relações com os outros são baseadas em estereótipos culturais e acabam por refletir preconceitos (inconscientes ou conscientes).
Emilie Arie, fundadora e CEO da Bossed Up (organização constituída por mulheres e pessoas marginalizadas), decidiu criar a respetiva empresa para lutar e defender a vida e a carreira profissional que desejava. Emilie partilhou a importância de compreender o que é a assertividade e como esta pode ser útil para todos.
O que significa ser assertivo e não agressivo
Tal como imensas mulheres, Emilie foi caracterizada por ser agressiva quando, na realidade, queria ser assertiva. Tanto a assertividade como a agressividade podem estar relacionadas com o zelo pelas necessidades e direitos individuais ou coletivas, contudo, a diferença é que a assertividade tem em consideração os outros.
Já o comportamento agressivo pode parecer muito mais calmo do que o comportamento assertivo. A CEO utiliza um exemplo para explicar a diferença entre os dois conceitos: deixar uma nota/bilhete a um colega de quarto que não arrumou a cozinha, por exemplo, pode parecer suave, contudo, o bilhete não permite uma resposta do colega de quarto, fazendo com que se traduza numa ação agressiva.
O facto de abordarmos alguém diretamente, poderá parecer um ato que irá gerar mais conflito, porém, dá oportunidade para que o outro possa responder. No exemplo demonstrado em cima, o colega de quarto pode ter tido uma emergência, estar atrasado ou simplesmente ser preguiçoso, mas sem a resposta por parte do mesmo, não saberemos o motivo pelo qual deixou a cozinha desarrumada. Emilie refere que “às vezes, podemos ser agressivos somente para evitar o conflito. O comportamento de liderança e o comportamento humano devem ser assertivos quando necessita de ser ouvido, mas permita que os outros possam responder”.
O papel do género e a assertividade
Existe, de facto uma diferença entre o género e assertividade. Notam-se discrepâncias entre homens e mulheres, mas também na diferença racial. Várias pesquisas e estudos revelaram que as pessoas julgam um comportamento com base na pessoa que têm à sua frente e não no comportamento em si. Por exemplo, um homem branco que seja assertivo será visto de forma positiva, no entanto, um mesmo comportamento realizado por uma mulher ou por uma pessoa com uma raça diferente, poderá ser visto como agressivo e, simultaneamente, conotado negativamente.
Todos nós somos agressivos, por vezes (faz parte da natureza humana), contudo, obter um equilíbrio entre a agressividade e a assertividade é um longo caminho a ser percorrido. Embora os preconceitos culturais sejam conhecidos como problemáticos há bastante tempo, estes ainda persistem e somente há pouco tempo começaram a mudar significativamente.
Os benefícios ocultos da assertividade
Muitos de nós acreditam que o benefício da assertividade é obter mais oportunidades para conseguir o que deseja, contudo, consideram que o comportamento assertivo cria níveis elevados de stress, o que não acontece na generalidade. Normalmente, o comportamento assertivo gera níveis de stress reduzidos, seja num contexto de trabalho, num grupo social ou num relacionamento pessoal. Os níveis de stress podem realmente aumentar e serem significativos caso as suas necessidades não sejam levadas em consideração.
De forma a resumir, ser assertivo é ser capaz de defender as suas necessidades mas de forma a dar espaço às necessidades das outras pessoas, seja no trabalho ou em casa.
A assertividade é uma das ferramentas de comunicação mais importantes!
Artigo original: The Power Of Assertiveness And How It Can Change Your Life