Roberta Moore, considera que o conceito de autoconsciência na prática de coaching, que tem por base a definição do EQ-i 2.0, corresponde a: “autoconsciência emocional é a capacidade de reconhecer os seus sentimentos e diferenciá-los, saber porque é que os está a sentir e que impacto têm sobre as pessoas que o rodeiam”.
Neste sentido, e de acordo com a definição de autoconsciência apresentada, um líder eficaz reconhece e está consciente do impacto que os seus sentimentos e, consequentemente a sua forma de agir, têm nas pessoas às sua volta. Um líder sábio deseja ter o controlo na forma como expressa as suas emoções e comportamentos. Líderes que sejam emocionalmente autoconscientes, empáticos e capazes de compreenderem as emoções nos outros, muitas vezes, atraem pessoas mais genuínas e com maiores níveis de autenticidade.
Em contrapartida, os líderes menos autoconscientes emocionalmente, acabam por afastar quem os rodeia, visto que costumam ser focados em si mesmos, revelando uma perspetiva unidimensional. Estes, podem transmitir uma imagem de indiferença, perecerem “frios” e excessivamente diretos no contacto com os outros. Por outro lado, podem transmitir sinais ou mensagens contraditórias, uma vez que sua linguagem corporal não está alinhada com as suas palavras. A congruência entre a linguagem corporal, o tom de voz e as expressões faciais torna-se importante para uma comunicação bem-sucedida.
Roberta Moore dá um exemplo de um cliente com quem trabalhou, revelando que este teve uma pontuação baixa na subescala da autoconsciência emocional, num instrumento de avaliação da Inteligência Emocional. Para além da subescala referida, o cliente apresentou alguns comportamentos, como: falta de consciência do impacto do seu comportamento nos seus colaboradores, falta de congruência entre os seus verdadeiros sentimentos e sua comunicação não verbal e foco em si mesmo em vez de se focar também nos outros.
O cliente, foi aconselhado a registar num diário os seus sentimentos em três momentos específicos durante o dia (8h, 12h e 17h). Numa fase inicial, foi claro que o cliente não compreendia o que estava a sentir em cada momento, por isso, foi aconselhado que escolhesse quatro sentimentos (louco, triste, feliz ou medo) de forma a registar o que sentia. Posteriormente, Roberta Moore pediu que ao cliente que acrescentasse ao seu diário um tópico que referisse quem tinha sido afetado pelo seu humor ou as suas ações diárias.
Ao analisar e recolher esta informação, o cliente começou a descobrir como é que os seus sentimentos afetavam os seus comportamentos e como é que os seus comportamentos afetavam as outras pessoas.
Assim, se quiser começar a aumentar a sua autoconsciência emocional, poderá seguir as etapas que serão descritas em baixo:
1: Comece por perguntar a si próprio: “Eu sei o que é que estou a sentir agora? Se eu estiver preocupado ou sério, mas parecer amigável perante os outros, serei capaz de transmitir a minha ideia?”
2: Crie um diário para registar as suas emoções em momentos diferentes do seu dia. Ser capaz de compreender o que causa, por exemplo, a preocupação, a irritação ou a tristeza nos outros, ajuda o líder a evitar uma reação/ comportamento exagerado(a).
3: Solicite aos seus colegas ou amigos que o descrevam. O ponto de vista dos outros podem ajudá-lo a melhorar áreas pessoais que até então não tinha consciência.
Resumindo:
Níveis altos de autoconsciência emocional são o ingrediente essencial para uma liderança eficaz e com sucesso. Uma melhor autocompreensão permite aumentar a sua motivação (e a dos que o rodeiam) e comunicação. Os líderes eficazes sabem que, face à capacidade de compreenderem as suas emoções, também são capazes de compreender as emoções nos outros e realizar melhores decisões para as suas equipas.
Artigo Original: Moving From Self-Awareness To Self-Improvement