O Relatório do Futuro do Emprego do World Economic Forum diz-nos que a inteligência emocional será uma das 10 maiores competências profissionais em 2020. Sabe-se que cada vez mais gestores valorizam a inteligência emocional, não raras vezes em detrimento das competências técnicas e do QI. As pessoas que demonstram uma maior capacidade de se adaptarem à mudança, gerir as suas emoções e trabalhar bem com uma diversidade de pessoas são cada vez mais valorizadas nos locais de trabalho. E porque é que isso está a acontecer? Neste artigo encontramos precisamente sete das razões pelas quais os gestores ao contratarem dizem valorizar mais a inteligência emocional que o QI.
De acordo com o Relatório do Futuro do Emprego do World Economic Forum, a inteligência emocional será uma das 10 maiores competências profissionais em 2020.
A consciência de que a inteligência emocional é uma importante competência profissional, em alguns casos ultrapassando até a capacidade técnica, tem vindo a crescer nos últimos anos. No questionário de 2011 Career Builder em que responderam mais de 2600 gestores que contratam e profissionais dos recursos humanos, 71% disse que valorizava mais a inteligência emocional que o QI num colaborador; 75% referiu que seria mais provável promover um trabalhador com uma inteligência emocional alta e 59% afirmou que dispensariam um candidato com um elevado QI mas com uma inteligência emocional baixa.
Coloca-se, então, a questão: porque é que as empresas estão a colocar tanta importância na inteligência emocional? Aqui estão sete das principais razões pelas quais os candidatos com uma elevada inteligência emocional são tão valorizados.
1. Conseguem lidar com a pressão de forma saudável
Lidar com as pressões no local de trabalho e continuar a funcionar bem sob stress exige uma capacidade de gerir as nossas emoções. As pessoas com elevados níveis de inteligência emocional estão mais conscientes do seu termómetro interno e, por isso mesmo, mais capazes de gerir os seus níveis de stress. Tendem a ter mecanismos de coping mais desenvolvidos e sistemas de apoio saudáveis que o mantêm a trabalhar eficazmente mesmo em situações difíceis. O aumento da mudança no local de trabalho pode aumentar o stress relacionado com o trabalho e ampliar o valor daqueles que o conseguem gerir.
2. Compreendem e cooperam com os outros
Enquanto o trabalho de equipa se torna cada vez mais importante no local de trabalho, as pessoas que são capazes de compreender e dar-se com os outros vão ser cada vez mais procurados. Pessoas com uma inteligência emocional alta têm competências relacionais bem desenvolvidas que lhes permite construírem relações com um leque variado de pessoas de diferentes culturas e passados. Este é um precioso ativo em locais de trabalho cada vez mais globalizados.
3. São bons ouvintes
Todos querem ser ouvidos e compreendidos. A capacidade para ouvir bem e responder aos outros é crucial para desenvolver relações profissionais fortes. Muitos de nós, apesar disso, não somos tão bons quanto poderíamos ser a ouvir realmente o que os outros estão a dizer. Devido à sua capacidade para compreender os outros, as pessoas com uma inteligência emocional alta estão numa melhor posição para colocar as suas emoções e desejos de lado e considerar os outros. A sua habilidade para perceber as emoções das pessoas, através do tom de voz e da linguagem corporal, são muito úteis em cenários de equipa.
4. São mais recetivas ao feedback
Um feedback aberto, no tempo certo e honesto é essencial para a performance profissional – especialmente numa altura em que as avaliações anuais de performance estão em declínio. As pessoas com uma inteligência emocional altamente desenvolvida são menos defensivas e mais recetivas ao feedback, principalmente quando envolve áreas para melhoria. O seu elevado nível de auto-estima permite-lhes que vejam de forma positiva as áreas onde podem ser melhores, em vez de considerarem o feedback como algo pessoal.
5. São empáticos
A colaboração não se refere apenas a questões logísticas – também tem a ver com responder aos sentimentos dos colegas de equipa. As pessoas com uma inteligência emocional alta são capazes de usar a sua sensibilidade para construir confiança e coesão. Isto permite que as equipas se foquem na tarefa em mãos em vez de ficarem enredados em disputas internas e políticas. A sua sensibilidade perante as necessidades dos outros é um facilitador que ajuda os membros da equipa a trabalharem em conjunto.
6. São um exemplo para os outros seguirem
As pessoas com uma inteligência emocional alta não ficam facilmente frustrados quando as coisas não correm conforme o planeado. E a sua habilidade para se relacionarem com os outros tornará mais provável que os outros irão reparar e os tentarão imitar. Esse é o motivo pelo qual a inteligência emocional alta é a chave para influenciar as pessoas numa organização independentemente do seu título oficial. A capacidade de se elevarem perante as irritações diárias faz com que as pessoas com uma inteligência emocional alta ganhem o respeito dos outros acima deles e dos seus colegas.
7. Tomam decisões mais profundas e completas
Devido à sua capacidade de verem as coisas claramente do ponto de vista do outro, as pessoas com uma inteligência emocional alta são capazes de fazer melhores julgamentos acerca de como as suas decisões vão ter impacto nos outros. Não só isto resulta em melhores tomadas de decisão em geral mas também ajuda a gerir o controlo de danos quando algumas decisões levam a consequências negativas. Ser capaz de avaliar os resultados das suas escolhas faz com que as pessoas com uma inteligência emocional alta se comportem de forma proativa.
As pessoas que demonstram uma maior capacidade de se adaptarem à mudança, gerir as suas emoções e trabalhar bem com uma diversidade de pessoas já são muito valorizadas na maioria dos locais de trabalho. Mas com a crescente mudança e as pressões dos locais de trabalho a aumentarem, serão mais procurados que nunca.
Artigo original: “7 Reasons Why Emotional Intelligence Is One Of The Fastest-Growing Job Skills”
de Harvey Deutschendore (in Fast Company, 2016)