Inteligência emocional no local de trabalho: porque precisamos dela? Como consegui-la?
Algo interessante está a acontecer no local de trabalho do século XXI: quanto mais tecnologia temos nesta era digital, mais automatizamos as tarefas e confiamos nas máquinas para assumir os deveres, mais percebemos a importância da inteligência emocional.
Porque é que a inteligência emocional é necessária no local de trabalho
Nos dias de hoje temos vindo a “permitir” as emoções no trabalho e a reconhecer os seus benefícios. E a inteligência emocional importa mais agora do que antes, principalmente porque o ambiente de trabalho sofreu mudanças.
Hoje trabalhamos em equipas e não isolados. As organizações estão conscientes que o reconhecimento das emoções no trabalho pode contribuir para um ambiente mais saudável. Isto não significa, de forma alguma, que deve existir uma total liberdade emocional. Significa sim que é mais provável que as pessoas estejam conscientes das suas próprias emoções e das dos outros e reajam adequadamente.
As pessoas com elevado QE têm também uma maior capacidade de adaptação à mudança – algo imperativo nesta época digital de rápidas e constantes mudanças. Mais, líderes com maior QE tendem a ter colaboradores mais felizes que querem permanecer na organização, reduzindo custos e que tentam superar as dificuldades, aumentando a produtividade.
As organizações que estão a recrutar querem garantir que os candidatos se vão integrar nas equipas já existentes. Nesse sentido, cerca de 20% das organizações integram a inteligência emocional nos processos de recrutamento e seleção. Até a pessoa mais inteligente precisa de ter competências pessoais desenvolvidas para ter sucesso nos dias de hoje: um elevado QI, por si só, não é suficiente.
Como desenvolver a inteligência emocional
O QI tem uma elevada componente genética. Já o QE é algo em que temos de investir e melhorar. Grande parte da nossa inteligência emocional desenvolve-se ao longo da infância, mas, como adultos, podemos tornar-nos emocionalmente “mais inteligentes”.
Justin Bariso propõe sete formas de reforçar a inteligência emocional:
1) Reflita acerca das suas emoções. Aqui é onde a autoconsciência começa. Pense nas suas emoções e na forma como normalmente reage a situações negativas. À medida que fica mais consciente das suas emoções e reações, pode começar a controlá-las.
2) Peça opinião. A nossa perceção da realidade algumas vezes é diferente da perceção daqueles que nos rodeiam. Recolha informação de outras pessoas para compreender a visão delas acerca da forma como gere situações com elevada carga emocional.
3) Observe. Depois de aumentar sua autoconsciência, preste mais atenção às suas emoções.
4) Faça uma pausa. Pare e pense antes de agir ou falar. Trabalhe nisso até que se torne um hábito.
5) Torne-se mais empático. Tente compreender os sentimentos e emoções dos outros.
6) Escolha aprender através das críticas. Quando escolhemos aprender através das críticas em vez de simplesmente defender as nossas ações, conseguimos crescer e desenvolver a nossa inteligência emocional.
7) Prática, prática, prática. Tornar-se mais inteligente emocionalmente não acontece do dia para a noite, mas é possível – com esforço, paciência e muita prática.
Podemos obter certificações em vários temas para investir nas nossas carreiras, mas infelizmente não é assim que funciona a inteligência emocional. O seu desenvolvimento pressupõe que sejamos capazes de a reconhecer como importante, optar por melhorá-la e investir nela, provavelmente até ao resto da vida. Mas as recompensas valem a pena quando nos tornamos melhores colaboradores, cônjuges e melhores pessoas.
Artigo original “Emotional Intelligence in the Workplace: Why You Need It, How to Get It” (Simplilearn)