Após a referência de Donald Trump ao seu melhor temperamento em comparação com o de Hillary Clinton, a Multi-Health Systems Inc. (MHS) da qual a P4S é representante em Portugal como entidade certificadora e distribuidora, decidiu levar a cabo um estudo para compreender que competência(s) seria realmente importante para o Presidente dos EUA. Para tal, questionou uma amostra representativa de eleitores que chegaram à competência de inteligência emocional essencial que um candidato presidencial deve ter e perceberam se Clinton ou Trump realmente têm o que é preciso.
Clinton e Trump falham quando comparados com o candidato ideal
Na Segunda-feira à noite, Donald Trump anunciou a 84 milhões de espectadores que ele tinha um temperamento melhor que Hillary Clinton. Em troca, Hillary Clinton riu-se. Para um candidato presidencial, o temperamento é aquilo que os faz parecer presidenciais. Cada candidato pensa que tem aquela qualidade presidencial, a inteligência emocional (IE), que os fazem serem eleitos.
Mas o que é que os eleitores pensam?
Na Multi-Health Systems Inc. (MHS) levamos a cabo uma sondagem para descobrir como é que a inteligência emocional se encaixa nos políticos americanos. Começamos por olhar para as caraterísticas que os eleitores dos EUA valorizam nos candidatos presidenciais. A nossa primeira pesquisa incluiu 1018 eleitores dos EUA divididos equitativamente em auto-avaliados Republicanos, Democratas e Independentes. Foi-lhes pedido que avaliassem, de 1 a 5, a importância de cada uma das 15 competências de inteligência emocional no seu presidente ideal. As competências medidas foram adaptadas do Emotional Quotient Inventory 2.0 (EQ-i 2.0®), o medidor de inteligência emocional mais usado em todo o mundo.
Descobrimos que a principal competência emocional do presidente ideal, baseada nas respostas dos eleitores, é a tolerância ao stress. O presidente ideal dos EUA é alguém que gere bem o stress e não cede sob pressão. Os eleitores vão olhar para a forma como os candidatos lidam com a pressão da campanha eleitoral, incluindo nos próximos dois debates. Será particularmente importante parecer, sentir e agir de forma descontraída e controlada. Alguns podem referir-se a isto como “parecer um presidente”. Donald Trump referiu-se a isto como “temperamento”.

Como é que os eleitores vêem Clinton e Trump
Posteriormente, fizemos um questionário a um segundo grupo de 1109 eleitores para descobrir como avaliariam a inteligência emocional de Donald Trump e Hillary Clinton.
Aquilo que descobrimos foi que nenhum dos candidatos chega ao Presidente ideal em termos de pontuação em inteligência emocional. Apesar de Clinton superar claramente Trump na Tolerância ao Stress, ela continua muito abaixo do candidato ideal.

O que realmente importa num Presidente?
Como vimos, o candidato ideal tem uma avaliação mais alta em Tolerância ao Stress. Parece que ambos os candidatos precisam de demonstrar uma competência acrescida nesta área, uma vez que estão muito abaixo da avaliação do Presidente ideal.
Para melhorar estes resultados, ambos os candidatos têm de mostrar que conseguem gerir melhor o stress, não ficando sobrecarregados pelos problemas, sejam eles grandes ou pequenos. Trump precisa de mostrar que não fica irritado com ofensas pequenas e irrelevantes. Clinton precisa de mostrar que consegue estar confiante em conferências de imprensa, não ficando fora da mensagem.
E quanto à afirmação de Trump que o seu temperamento é claramente mais forte que o de Clinton? A América não parece concordar.
Artigo original “The polls are in: neither candidate should be bragging about their temperament”
by Sr. Steven J. Stein (in The Huffington Post, Setembro de 2016)